Luftwaffe Museum - A memória das águias alemãs |
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Monday, 09 May 2011 00:00 |
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Berlim é uma bela cidade. Monumentos, praças, ruas arborizadas e ciclovias garantem ao berlinense e aos turistas uma ótima qualidade de vida. Somem-se a isso alguns museus sensacionais e dentre estes, encontra-se especialmente o Luftwaffemuseum, localizado no aeródromo de Gatow, subúrbio da cidade. Gatow foi usado nos anos 30 como uma escola para oficiais, técnicos e de oficiais do Estado Maior da Luftwaffe. No fim da Guerra, o aeroporto foi capturado pelos russos e com a divisão da cidade pelos chamados “Quatro Grandes”, EUA, URSS, Grã Bretanha e França, ele acabou ficando dentro do setor britânico. Durante a Guerra Fria, as pistas de Gatow viram bastante atividade, especialmente durante o bloqueio de Berlin pelos russos em 1948/1949.
Com o fim da Guerra Fria e a reunificação alemã, o aeroporto de Gatow passou novamente ao controle alemão, sendo rebatizado como “General Steinhoff Kaserne” em homenagem ao ás da Luftwaffe na II Guerra e primeiro comandante da Bundesluftwaffe (Força Aérea da República Federal Alemã) no pós-guerra. O conceito do museu. O Luftwaffemuseum tem como objetivo não apenas expor a história aérea militar alemã, mas compor um painel desta com a História Militar em seu contexto mais amplo, especialmente, no período pós-1945, dando ênfase aos sistemas de alianças, razão pela qual um grande número de tropas estrangeiras permaneceu na Alemanha depois da Guerra e também durante a era da Bundesluftwaffe. A criação do museu. Um funcionário do Governo Federal alemão chamado Helmuth Jaeckel, por ser apaixonado pelo tema da história militar, iniciou uma coleção em 1957 na cidade de Uetersen, distante aproximadamente 315 quilômetros de Berlin. Ele começou a recolher objetos dos mais variados tipos e procedências, desde uniformes até objetos de perfil mais técnico. Uma antiga academia batizada atualmente de “Marseille Kaserne” em homenagem a Hans-Joachim Marseille, piloto morto na Campanha da África, foi o primeiro lar desta coleção. Em 1963 foi estabelecida uma curadoria para a coleção, e em 1967, sob a direção do Coronel-Médico Dr. Boecker, a área técnica do Museu foi expandida com o recebimento da Força Aérea Espanhola de duas aeronaves, um Heinkel-111 e um Me-109, ambos fabricados na Espanha no pós-guerra. Em 1967 a coleção já atingia um total de 15.000 itens e percebeu-se que era necessário aumentar as instalações que já atingiam 5000 metros quadrados, fazendo deste museu um dos maiores museus de aviação da Europa. Nesta época, também, ficou claro que apenas doações de particulares não seriam suficientes para manutenção e expansão do museu. Após a reunificação alemã, o governo ciente da importância histórica do Museu, deu o apoio necessário, fazendo com que o ele passasse por uma expansão de 70%. Em 1995, foi decidido que o Museu seria transferido para Berlin-Gatow. Em 1º de abril de 1995 foi iniciada a mudança e em 1º de março de 1996 ela estava concluída. Foi um esforço gigantesco. 58 aeronaves foram transportadas via aérea e um sem número de objetos tiveram que ser armazenados e transportados através das rodovias e ferrovias. Mas o resultado foi altamente compensador. Hoje o Luftwaffenmuseum é dono de uma das melhores coleções militares do mundo. Conhecendo o Museu. Ao chegar perto do museu, já se pode avistar algumas das aeronaves que compõe esta maravilhosa coleção. Nos hangares estão às aeronaves mais raras e que por isso merecem estar devidamente protegidas. Uma das primeiras aeronaves que visíveis ao visitante é um caça a jato Canadair CL-13, a versão canadense do North American F-86 Sabre da época da Guerra da Coréia. Esta aeronave exibe a insígnia pessoal de Erich Hartmann (1922-1993), o maior ás da aviação de caça de todos os tempos, em termos numéricos, pelo menos, com 352 vitórias confirmadas em combate, sendo que deste total, mais de 260 foram aviões de caça. Números como estes podem parecer exagerados e são contestados por alguns autores, mas o fato é que pesquisadores americanos, franceses e até mesmo russos, os confirmam. Após a Segunda Guerra, Hartmann foi entregue aos russos pelos americanos, como parte dos acordos de Potsdam. Ele passou 10 anos e meio num campo de concentração russo, onde passou por maus tratos e humilhações e numa tentativa de fazer dele um comunista, o que ele recusou. Por isso foi condenado a 25 anos de prisão pelos soviéticos por "sabotagem contra o esforço de guerra soviético"". Foi finalmente libertado em outubro de 1955 a pedido de Konrad Adenauer, Chanceler alemão. A União Soviética foi o último país a libertar seus prisioneiros de guerra. Após ser solto, Hartmann tentou estudar medicina, mas aos 33 anos ele achou que era um tanto tarde para seguir a profissão do pai. Logo em seguida veio o convite para ingressar na Bundesluftwaffe o que ele aceitou. Permaneceu na Bundesluftwaffe até se aposentar em 1970 com o posto de coronel. No mesmo ano publicou sua biografia nos EUA com o título: The Blond Knight of Germany (O Cavaleiro Louro da Alemanha). Os soviéticos tinham outro nome para ele: Cherniye Chort (Diabo Negro). Apesar de tudo a Rússia o inocentou em 1997 das acusações. Normalmente os visitantes começam seu passeio neste museu pelo Hangar 3, onde estão as aeronaves mais raras. Ao entrar no hangar, o visitante encontra um Me-109 nas cores do JG 27, esquadrão que lutou na África do Norte. Na verdade este avião é um “Buchón”, um 109 construído na Espanha no pós-guerra, que lhe dava uma aparência diferente do 109 original, uma vez que os espanhóis usaram motores Rolls-Royce. As ironias que a História apresenta. Este Me-109 em exibição recebeu um motor original alemão DB-605. Uma aeronave que chama a atenção é o Fokker Dr. I de Manfred Von Richtofen, o famoso Barão Vermelho. Na verdade este é uma réplica, pois nenhum Dr. I sobreviveu incólume às duas Guerras Mundiais. O original de Von Richtofen, foi destruído num dos bombardeios à Berlin durante a Segunda Guerra Mundial. Ao lado deste há um Siemens-Schuckert D I e logo em frente está um Avro 504 britânico. Um Fokker Eindecker e um Rumpler Taube completam a coleção de aeronaves da Primeira Guerra. Sobre este último avião existe uma curiosidade ele era tão difícil de ser observado de terra, que os franceses o chamavam de avião invisível. Mas como era lento, foi retirado das missões de reconhecimento. Ladeando as aeronaves da I Guerra, já encontramos aeronaves de alta performance, como o Lockheed F-104 Starfighter e o Mig-21PF, este com uma exposição bem original. De um lado ele aparece com sua camuflagem nos padrões em que era usado na Alemanha Oriental e do outro os painéis externos foram completamente removidos, de modo que se pode observar todos os detalhes dele por dentro. Num anexo do hangar está talvez a mais importante peça do acervo: Um Me-163 Komet, único caça à foguete operacional da Segunda Grande Guerra sendo tão perigoso para as tripulações de bombardeiros aliadas quanto para os pilotos e mecânicos que manejavam esta máquina, ele recebeu o apelido de “Vassoura do Diabo”. Quando de nossa primeira visita à Alemanha, tivemos o privilégio de conhecer um piloto que fez parte do projeto, chamado Fritz Öeltjer. Mas como ele mesmo fez questão de confirmar, ele jamais pilotou o Komet em combate, fazia apenas parte da equipe de testes. Devido à reunificação entre as duas Alemanhas, existe um grande número de equipamentos de procedência russa no Museu, tal como os Mig-15, 17, 19, 21, 23, 27 além do famoso Mig-29. Destes, o único que está hangarado é o Mig-29. Helicópteros russos também se encontram representados neste Museu, sendo o mais destacado o Mil Mi-24 Hind, modelo D. No pátio, podemos encontrar o restante da coleção que chega a mais de 100 aeronaves. Elas estão dispostas sem um critério fixo, pois, eles são movidos com freqüência. Seja como for, este museu é sem dúvida uma das melhores razões para os fãs da aviação escolherem conhecer Berlim. Chegando a Berlin. Existem diversos vôos diretos ligando o Brasil a Frankfurt, na Alemanha. De lá, se pode conectar imediatamente para Berlim. Nessa cidade é melhor ficar num hotel perto do Centro. A rede do metrô é espetacular o que permite fácil acesso ao Museu. Horário de Funcionamento: De novembro a março: De terça a domingo de 9 ás 16 horas. Última entrada ás 15 horas. De abril a outubro: De terça a domingo de 10 ás 18 horas. Última entrada ás 17 horas. O Museu fecha nos dias 24, 25 e 31 de dezembro, além do dia 1º de janeiro. Entrada franca. O estacionamento é fácil. Site do museu: www.luftwaffenmuseum.de Há uma loja muito boa no museu, não percam. Willkommen auf dem Luftwaffenmuseum! |
Last Updated on Monday, 23 May 2011 10:54 |